As consequências para a educação básica podem ser negativas tanto para escolas privadas quanto para os sistemas públicos –
A aquisição do SOMOS Educação pela Kroton evidencia mais uma consequência da equivocada política de desregulamentação da oferta educacional por grupos privados efetivada pelo governo brasileiro que induz a presença de corporações associadas ao capital financeiro como fornecedores prioritários, tanto da oferta direta da educação, quanto na de insumos educacionais, descaracterizando a educação como direito do cidadão e dever do Estado e alimentando a criação de mercados educacionais diversos.
Nessa perspectiva, não é de somenos importância o lançamento, pela Secretaria de Educação do estado de São Paulo, de Campanha intitulada “Aliança Brasileira pela Educação” coordenada pelo Grupo Kroton.
Iniciando-se em 2006, empresas de educação superior abrem seu capital na Bolsa de Valores e passam a ser geridas, ao menos em parte, por fundos de investimento ou são adquiridas por corporações transnacionais. A partir de 2010, esse processo estende-se para a educação básica, com a entrada na bolsa de grupos como a Abril Educação, o COC e o Positivo, posteriormente, adquiridos por empresas estrangeiras como a inglesa Pearson ou a espanhola Prisa/Santillana.
As consequências para a educação básica podem ser negativas tanto para escolas privadas quanto para os sistemas públicos.
No primeiro caso, a presença de grupos, como o que resulta dessa fusão, tende a monopolizar a oferta educacional privada, ao “quebrar” escolas de menor prestígio ou incorporar escolas “bem sucedidas”, como recentemente ocorreu em São Paulo com a Escola da Vila. Caso a lógica não seja a incorporação física dos estabelecimentos de ensino, a generalização de modelos pedagógicos, na forma de Sistemas Privados de Ensino, tende a substituir projetos educativos por “cestas de insumos pedagógicos” customizadas em função do poder de compra dos clientes: escolas e famílias. Quem paga mais, recebe mais.
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