Para o agronegócio, a reforma trabalhista não bastou. É preciso fazer uma “revolução” trabalhista. Durante o 16º Congresso Brasileiro do Agronegócio, na segunda-feira 07/11, em São Paulo, a Justiça do Trabalho e a Constituição de 1988 foram dois alvos principais
No 16º Congresso do Agronegócio os temas aprovados pela mesa para o que definiram “Modernização Trabalhista”, os delegados representantes das maiores empresas de exploração da indústria agrária do Brasil, tomaram, dentre várias outras resoluções, de que “precisam agir mais diretamente em Brasília, fazendo pressão para nomear os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), já que o país está subjugado pela burocracia e pela legislação trabalhista”. Para eles se não for mudada a estrutura da Justiça do Trabalho, a Reforma Trabalhista não vingará.
Para o patronato da agricultura, o agronegócio é o gerador de empregos e o setor mais importante na economia brasileira. E para que continue assim, a Justiça do Trabalho, na opinião dos congressistas e de seus advogados, deveria acabar, porque ela está atravancando o setor. Quem tem que dirigir a política trabalhista é o capital e as demandas de contrato de trabalho devem ser remetidas para o Código Civil, com a revisão do papel da justiça trabalhista.
Os debatedores consideram que a reforma aprovada, relatada pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), foi tímida em relação às demandas dos empresários. E que o setor do agronegócio precisa ser mais ativo em Brasília, para influenciar mais nas eleições de 2018. Como se vê, a reforma feita não é suficiente para o patronato. Eles querem mais. Querem revogar os artigos 7º e 8º da Constituição Federal do Brasil.
Segundo resoluções do 16º Congresso do Agronegócio, essas Cláusulas Pétreas da CF, são dois entraves para uma reforma efetiva. Para o ex-ministro do Trabalho do governo Sarney, Almir Pazzianotto, que já foi presidente do TST e advogado dos Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC paulista e que participou do encontro como palestrante, “Não haverá reforma digna desse nome se não reformarmos esses artigos”, disse. O sétimo, na visão do ex-ministro é uma espécie de CLT condensada. O oitavo mantém a atual estrutura sindical, por exemplo, o sindicato único e a divisão dos trabalhadores por categoria.
Para aprofundar as reformas e destruir todos os direitos ainda existentes, o projeto é dobrar a bancada de deputados na Câmara Federal em 2018, que hoje corresponde a metade dos votos que salvaram Temer e seus ministros, da segunda denúncia de corrupção. Assim, poderão, quem sabe, convocar uma Constituinte específica e levar de vez os trabalhadores para o pelourinho em baixo de chibata.
Que os trabalhadores se preparem.