Bolsonaro aprofunda ataque à educação básica

Mais uma vez faltando com a palavra dada, de que cortaria verbas do ensino superior para investi-las na educação básica, o presidente Jair Bolsonaro diminuiu os programas de apoio à educação em tempo integral, construção de creches, alfabetização e ensino técnico.

Conforme dados inseridos no portal da Lei de Acesso à Informação (LAI) e do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo (Siop). O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, condena a investida governamental: “Sem a educação básica, não haverá educação superior do futuro. É preciso investir e valorizar a escola básica e o professor. Este governo está na contramão do Brasil, é um governo de destruição nacional”.

Em março, o governo anunciou corte de R$ 5,8 bilhões das verbas das universidades públicas e programas de fomento à pesquisa. Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, tentaram rebater as críticas à redução do orçamento do setor dizendo que os recursos iriam para a educação básica, particularmente para as creches. “A gente não vai cortar recurso por cortar. A ideia é pegar e investir dinheiro na educação básica”, bravateou o presidente. O problema era e é real, embora a solução seja alocar mais recursos para a Educação, e não realocar o pouco destinado ao setor: 2/3 das crianças de até 3 anos estão fora das creches. Meta do Plano Nacional de Educação, já abandonada pelo MEC, era chegar a 50% das crianças brasileiras atendidas em 2024.

Como afirmou Mônica Gardelli, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Cultura (Cenpec), “nossa maior defesa é por mais recursos para a educação básica, mas não queremos que sejam retirados das universidades. A educação tem de ser pensada de maneira integrada. Para onde vai esse menino do ensino médio de hoje, se não houver universidade nos próximos anos? Ou onde vamos encontrar bons professores sem o investimento nas graduações?”.

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