Em artigo publicado na Carta Educação o secretário Geral da Contee afirma que o movimento sindical brasileiro precisa reinventar-se e pensar novas formas de organização e estrutura para enfrentar os imensos retrocessos verificados no mundo do trabalho
Por Gilson Reis
Desde a posse de Temer, que possibilitou a eleição de Bolsonaro, os sindicatos têm sido atacado pelas políticas governamentais, em benefício do capital. A estrutura e a organização sindical no Brasil se tornaram, nos últimos 40 anos, tema presente no cotidiano dessas entidades. O assunto engloba as estruturas horizontais e verticais e todo o complexo sistema organizativo sindical dos assalariados. A organização por local de trabalho continua sendo o maior desafio, ainda hoje muito debilitada e distante da realidade dos trabalhadores. Portanto, a necessidade de estruturação e enraizamento dos sindicatos nos locais de trabalho é um objetivo permanente a ser alcançado.
A pulverização de milhares de pequenos sindicatos de categoria é outro permanente desafio para a nossa estrutura sindical. A unicidade sindical, que deveria conter a expansão sindical e o pluralismo, em certa medida favoreceu uma lógica sempre defendida pelo capital como referência para a representação sindical dos trabalhadores, ou seja, sua fragmentação em pequenas e frágeis estruturas. Os sindicatos por empresa sempre foram um sonho acalentado pelos ultraliberais, que consideram que a organização sindical deve estar atrelada à organização do capital e de seus interesses cumulativos.
As estruturas verticais — centrais, confederações e federações — são outros importantes e decisivos instrumentos na estruturação e organização da luta e resistência dos trabalhadores. Neste momento, são ainda mais importantes, devido à permanente movimentação do capital que busca a concentração e a centralização, seja através de monopólios, oligopólios ou cartéis, constituindo-se em grandes empresas regionais, nacionais e internacionais.
Ao longo do tempo, as centrais sindicais estiveram presentes nas grandes lutas dos trabalhadores e nos momentos decisivos da história. Somente no Governo Lula elas alcançaram a condição de legalidade, pois a elite política e empresarial brasileira sempre buscou interferir e dificultar sua existência. Mesmo diante de todas as dificuldades, os trabalhadores brasileiros conquistaram e organizaram poderosas centrais sindicais, referência mundial, que interferiram de forma decisiva nos destinos do país nas ultimas décadas.
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