“Fizemos muito barulho e a direita também está mobilizando muita gente, das igrejas e do Movimento Brasil Livre (MBL). Fizemos muita resistência e criamos em Brasília um comitê com várias entidades contra a Lei da Mordaça”, comentou o coordenador da Secretaria de Assuntos Institucionais da Contee, Rodrigo Pereira de Paula
Mais uma vez, prevaleceu a luta dos parlamentares democratas, que usando a estratégia da obstrução e as questões de ordem impediram, pela terceira vez, a votação da Lei da Mordaça, qualificada por seus defensores de projeto de lei da Escola Sem Partido. Com isso, ganharam tempo até o início das votações no Plenário, o que faz com que as comissões deixem de funcionar. Comissão deverá ter nova reunião na próxima semana.
O Projeto de Lei (PL) 7180/14 tramita em comissão especial. Pela manhã e à tarde a reunião foi marcada por muita confusão e bate-boca entre parlamentares e entre manifestantes contrários e favoráveis, que lotaram a sala de reunião e o corredor da Câmara dos Deputados. Foi permitida a entrada de número limitado de pessoas na comissão – 150 pessoas. Como havia mais manifestantes querendo assistir à sessão, a deputada pediu que outro plenário fosse disponibilizado com telão transmitindo o debate ao vivo.
. O presidente da comissão, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), pretendia retomar a reunião após o Plenário, mas não conseguiu. “Usamos todos os recursos regimentais, o regimento da Casa e a Constituição como bússola pra impedir a votação desse absurdo”, afirmou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). “Vocês têm medo da consciência crítica, vocês querem robôs, e nós queremos gente” completou a deputada Érika Kokay (PT-DF), referindo-se aos defensores da mordaça.
Mais uma vez, a sala de reunião ficou lotada de manifestantes a favor e contra o projeto. O relator, deputado Flavinho (PSC-SP), favorável ao projeto, não conseguiu sequer ler o novo substitutivo à proposta, apresentado há duas semanas. Após a leitura, ainda pode haver pedido de vista, adiando a votação. A expectativa do relator é concluir a votação na comissão especial até o final desta legislatura.