Nesta quinta-feira, 30, Brasília, com o apoio dos trabalhadores na educação, das centrais sindicais e de inúmeras entidades democráticas, os estudantes ocuparam as ruas do país, em defesa do ensino público, de qualidade e gratuito, contra toda forma de privatização do setor
A convocação foi uma resposta das entidades estudantis, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), aos seguidos ataques que o Governo Bolsonaro vem realizando contra as instituições de ensino, estudantes e professores.
Além de criminalizar o magistério, acusando mestres e mestras de serem doutrinadores, e os estudantes de “idiotas úteis”, que estariam sendo “usados por esses professores”, o atual governo ainda desqualifica as instituições de ensino, a formação que proporcionam e as pesquisas que realizam e cria problemas com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), além de cancelar bolsas de estudos, criar uma “Lava Jato da Educação” sem apontar onde existem problemas a serem investigados e cortar o orçamento do setor em 30%.
Bolsonaro elegeu a Educação como o principal alvo de sua ofensiva ideológica de direita, alegando combater um inexistente marxismo cultural. Sem fundamento, seu ministro da Educaçao acusou universidades de serem ambientes de “balbúrdia” e escarneceu de seus trabalhos acadêmicos. Mas foram as instituições públicas de ensino e estudo que retiram coágulos de artérias do cérebro pra devolver movimentos a vitimas de AVC; que descobriram substância que repele e mata o mosquito da dengue; que descobriram moléculas capazes de combater a leucemia; que criaram pomada cicatrizante a partir da água de coco; que desenvolvem quatro novos compostos para o câncer de mama; que criaram sites sobre ensino de exatas a deficientes visuais; que criaram softwares que preveem riscos de doenças; que usam inteligência artificial na detecção de doenças mentais; que investigam o tratamento de diabetes, dentre tantos outros avanços científicos realizados por brasileiros.
O presidente alega que o Brasil gasta muito com Educação (5,7% do PIB), quando na verdade o investimento por aluno do ensino básico equivale a 54% do que investem os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – um dos problemas fundamentais da Educação brasileira ainda é a falta de investimento. Enquanto deprecia as escolas e os estabelecimentos de ensino, faz apologia do ensino domiciliar, que tira as crianças do convívio com coleguinhas e professores.
Para contrapor-se às grandes manifestações que ocorreram no dia 15, quando centenas de militares de brasileiros foram às ruas defender o ensino de qualidade, Bolsonaro convocou seus apoiadores para um ato contra a democracia, o Parlamento e o Judiciário no dia 26 de maio. A presença ficou aquém de suas expectativas e, em Curitiba, seus idólatras arrancaram uma faixa com os dizeres “Em defesa da educação” da fachada da Universidade Federal do Paraná…
Estudantes, professores e demais profissionais da educação são tratados com desprezo e desrespeito pelo atual governo – que inclusive ataca o direito à aposentadoria da categoria.
Neste 30 de maio, os professores estavam nas ruas ao lado de nossos alunos defendendo a democracia e liberdade de cátedra, o ensino de qualidade, a pesquisa e a ciência, o investimento em educação e preparando a grande greve geral do dia 14 de junho, contra a reforma previdenciária e a política econômica recessiva do Governo Bolsonaro e pela democracia.
Fonte – Contee