O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou hoje, 8, a substituição do ministro da Educação, com a nomeação de Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub e exoneração de Ricardo Vélez, protagonista de vários atentados à cátedra na Pasta (veja aqui). Sai sem deixar saudade.
O novo ministro, contudo, não tem nada que o credencie como alguém comprometido com a valorização do ensino e dos profissionais da área. Pelo contrário, sua trajetória indica ser um representante do capital financeiro e do capital aberto, defensor da privatização do ensino e da previdência capitalizada.
Ligado ao chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), de quem era secretário-executivo, fez parte da equipe de Bolsonaro desde novembro, no gabinete de transição, e foi um dos elaboradores da proposta de reforma da Previdência, que penaliza os trabalhadores, principalmente professoras e camponesas, e favorece o capital financeiro. Professor universitário e economista, atuou no setor financeiro em vários bancos. Tem oito processos no Estado de São Paulo, e um na União. Através dele, o grande capital terá acesso aos mais de R$ 100 bilhões da Pasta.
Admirador do astrólogo de direita Olavo de Carvalho, assim, como seu antecessor e a família Bolsonaro, em dezembro de 2018 afirmou na “Cúpula Conservadora das Américas” (evento promovido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, PSL-SP, filho do presidente ): “Um pouco da contribuição que podemos dar é como vencer marxismo cultural nas universidades” – uma demonstração de que não conhece nem o marxismo e nem as universidades brasileiras!
A Contee acompanhará, atenta, à nova gestão ministerial, fiel ao seu compromisso com a educação pública de qualidade, democrática e pela regulamentação da educação privada, e permanecerá lutando por melhores condições de vida e trabalho para todos os trabalhadores em estabelecimentos de ensino e todos os brasileiros.
Brasília, 9 de abril de 2019
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de
Ensino – Contee