A presidente do Sindicato professora Karina Barbosa, neste artigo, presta sua solidariedade às familias das 200 mil vidas perdidas em decorrencia das complicações da COVID-19, e diz que “vidas importam”
O Brasil bateu a triste marca de duzentas mil vidas perdidas. São milhares de famílias enlutadas pelos seus entes queridos que se foram, ceifados pela trágica pandemia da COVID-19, de acordo com a atualização do Ministério da Saúde divulgada na noite desta quinta-feira (7) informa um total de 200.498 mortes em decorrência de covid-19.
No momento em que não há uma definição da concretude de uma campanha de imunização, com anúncios ambíguos e contraditórios, que contaminou com luta política, de quando terá início a vacinação da população brasileira, para que possamos barrar o aumento constante das mortes.
Enquanto a maioria dos países do mundo, já vacinam a sua população. Para os especialistas é uma sinalização diante da possibilidade de um descontrole da pandemia, com colapso dos sistemas de saúde e funerário de localidades mais vulneráveis.
O Sinproep-DF, desde o início da pandemia tem lutado, em todas as instâncias, inclusive recorrendo à Justiça e ao Ministério Público, com posições contra o retorno das atividades presenciais na rede privada do Distrito Federal. Com isso conseguiu aprovar uma proposta de retorno, que, diferente da defendida pelos donos das escolas, sempre buscou a resguardar a vida e a saúde dos trabalhadores da educação e da comunidade escolar.
Essa luta do Sindicato foi importante. Porque se dependesse do governo do Distrito Federal e do sindicato patronal, as aulas já teriam iniciado no dia 27 de julho, sem um protocolo bem elaborado e definido, com a obrigatoriedade das escolas do fornecimento de testagens e de instrumento de segurança para os profissionais. Para aprovação da proposta foi importante a participação do Grupo de Trabalho do MPT, que com a impetração da Ação Civil Pública, impediu que o retorno das aulas acontecesse na data pretendida pelo governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) e pretendida pelo Sinepe-DF.
Entre outras cláusulas, o acordo determinou o retorno da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I no dia 21 de setembro, com limitação máxima de 50% do contingente de alunos previsto na CCT por sala em aulas presenciais e fornecimento de equipamentos de proteção aos professores das instituições particulares de ensino, pontos de maiores discordâncias com os donos de escolas, que além da data, não queriam aceitar disponibilizar instrumentos de segurança para os trabalhadores.
Um dos itens mais debatidos durante a audiência foi a testagem dos profissionais dos estabelecimentos de ensino particular. O Sinproep e o MPT defenderam que as escolas ofereçam o exame do tipo PCR-RT para detecção de Covid-19, o Sinepe defendeu a aplicação dos testes sorológicos. O TRT pediu que os representantes aguardassem parecer técnico, de uma perícia requerida pelo Tribunal, sobre qual a modalidade de testagem é a mais adequada e segura aos profissionais.
Infelizmente o parecer dos técnicos consultados pelo TRT foi contrário ao entendimento do Sindicato e do Grupo de Trabalho de Procuradores do MPT, que reivindicavam a testagem para todos os profissionais com o exame PCR-RT e determinou que o teste só seria efetuado nos que apresentassem sintomas de contaminação da COVID-19.
O Sindicato buscou uma alternativa e adquiriu testes de anticorpos IgG e IgM, que detecta por meio do sangue se a pessoa esteve exposta ao vírus verificando se está ativo ou não e mais de 4 mil professores foram testados entre os dias 22 e 31 de outubro. Os exames aconteceram na sede do Sindicato. Foram testados positivos 189 professores para IgG. Para IgG e IgM, foram 24. Já IgM, que é quando a pessoa ainda está transmitindo o vírus, foram 19.
Essa testagem foi uma forma que encontramos de ajudar a proteger a saúde e a vida dos professores. Nós conseguimos identificar vários docentes que estavam contaminados e assintomáticos. Dessa forma, conseguimos trazer mais segurança para as escolas, alunos e seus familiares, dessa forma demos a nossa contribuição para que o número de mortes não fosse maior. Porque, para nós, Vidas importam.
Com a liberação da Vacina Coronavac do Instituto Butantan, a tarefa do Sindicato vai ser exigir que os trabalhadores da educação sejam colocados entre os grupos prioritários de imunização, como conseguiu por ocasião da vacinação contra a gripe influenza H1N1.
Por Karina Barbosa = Professora da Educação Infantil – Presidente do Sinproep-DF