Lançamento do Plano Popular de Emergência para o Brasil: Fora Temer e Diretas Já!

O tempo é a minha matéria,
o tempo presente,
Mulheres e homens presentes
A vida presente.

 

Essa releitura do poema “Mãos dadas”, do mineiro Carlos Drummond de Andrade, encerrou e serve como síntese do ato realizado no dia 29 de maio, no Teatro Tuca, da PUC-SP, em defesa das Diretas Já e para o lançamento, pela Frente Brasil Popular, de um Plano Popular de Emergência para enfrentar a crise atravessada pelo país.

De mãos dadas com mais de 80 entidades nacionais, que lotaram o Tuca, a Contee também se fez presente, representada pela coordenadora da Secretaria-Geral, Madalena Guasco Peixoto — professora da PUC-SP — e pelo coordenador da Secretaria de Políticas Sociais, Jonas Rodrigues de Paula, que responde pela Confederação na Frente Brasil Popular e participou, durante todo o dia, da reunião da Executiva do coletivo.

O Sinproep-DF (Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal) apoiou o evento, que reforça a luta dos docentes de instituições particulares do DF contra as reformas do governo Temer.

O plano foi apresentado no ato por Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-presidente do PSB. “Em São Paulo, a apresentação não poderia ser em outro lugar. Aqui viveu a comunidade da PUC momentos cruciais de resistência à ditadura e de construção da democracia. E aqueles momentos cruciais se renovam, assim como se renovam a generosidade da PUC e a grandeza histórica do Tuca”, destacou.

“O eixo do nosso programa — que é, sobretudo, uma proposta de programa para reunir o povo brasileiro — é a democracia, porque a democracia é o regime que interessa ao povo. Por isso ela é frequentemente vilipendiada e agredida pelas classes dominantes. O objetivo do nosso programa é o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, porque esse é o regime que interessa ao povo trabalhador.”

O ato exigiu o fim do governo de usurpação de Michel Temer e a eleição direta de um novo governo comprometido com as forças progressistas e democráticas e com a revogação dos atos antitrabalhistas e antissociais. “Diante do aprofundamento da crise política, econômica e social que o país atravessa, só há uma forma de superarmos esse cenário: retomar o pacto democrático através do voto popular. As eleições diretas são o único desfecho possível dessa crise se quisermos a retomada da estabilidade em nosso país”, escreveu a frente, na convocação para o encontro.

Já o Plano Popular de Emergência é resultado de um esforço de elaboração dos movimentos populares e intelectuais orgânicos e suas propostas giram em torno de dez eixos para a reconstrução das bases sociais, econômicas e políticas do Brasil: democratização do Estado; política de desenvolvimento, emprego e renda; reforma Agrária e agricultura familiar; reforma tributária; direitos sociais e trabalhistas; direito à saúde, à educação, à cultura, à moradia; segurança pública; direitos humanos e cidadania; defesa do meio ambiente; e política externa soberana.

Além de Amaral, também fizeram uso da palavra a reitora da PUC-SP, Maria Amália Pie Abib Andery; a presidenta da UNE, Carina Vitral; o dirigente do MST, João Pedro Stédile; o presidente da CUT, Vagner Freitas; o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad; o presidente do PT estadual de São Paulo, Luiz Marinho; e o vice-presidente do PCdoB, Valter Sorrentino.

 

Por Táscia Souza, com informações da Frente Brasil Popular