A primeira mesa de debate do Consind, realizada dia 29, teve como expositores o presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges; o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e a deputada federal Érika Kokay (PT-DF).
Borges na sua exposição considerou que “existe um momento de tensão do mundo, com crise prolongada do sistema capitalista, mudanças profundas no perfil de classe, tanto da burguesia (rentista, sem estado nacional, interessada unicamente no lucro, na ditadura do capital financeiro) quanto do proletariado (com o surgimento de novas técnicas de produção, precarização do trabalho, difícil mobilização e organização em torno de seus interesses). A democracia representativa conquistada pelos trabalhadores está em crise; suas instituições, em crise, não expressa o que ocorre na sociedade”. Enfatizou.
O deputado Orlando Silva explanou sobre a crise “em toda a linha, vivida pelo Brasil. A economia está no atoleiro (neste ano, crescimento de 0,2% no Brasil, após 2 anos de recessão, enquanto o mundo cresce 2,5%). As iniciativas do governo não têm permitido retomada do crescimento, mesmo com a propaganda enganosa que as acompanha. O desemprego é a consequência trágica desse caminho adotado. Cresce o trabalho precário. Com essa orientação, não há perspectiva de retomada”.
Para Orlando o “O Governo Temer tem produzido um desmonte do Estado que acaba com instrumentos que seriam mecanismos de retomada econômica, como o fim dos juros do BNDES que fomentavam a produção. O governo liquida instrumentos estratégicos, como o setor elétrico.
Srgundo Orlando Silva, Temer está desmontando a construção de décadas do país, indo muito além do que foi acumulado nos governos Lula e Dilma. Na política, vivemos uma crise permanente, o que é natural num governo sem qualquer legitimidade. A isso se soma a crise institucional, com um Poder questionando e interferindo no outro”, explicou.
A deputada Érika Kokay, no mesmo diapasão dos palestrantes anteriores, considerou que “a financeirização, que domina o mundo, não tem compromisso com produção e nação. A PEC do Teto, que limita os investimentos públicos no país, inclusive em saúde e educação pelos próximos 20 anos, é a demonstração de que não há projeto de nação neste governo. Ele vai vendendo o patrimônio nacional. Estamos aprisionados pela financeirização. A Câmara aprovou o texto-base da medida provisória do Refis, programa de refinanciamento de dívidas com o fisco. Vai renegociar R$ 220 bilhões, dos quais R$ 130 bi estão no sistema financeiro. Por isso, além das bancadas da bala, da bíblia e do boi, temos um quarto b no Congresso, o b dos banqueiros, do sistema financeiro”.
Ela denunciou o desinvestimento no país, lembrando que “Delfim Neto, que não é nem bolivariano e nem comunista, disse que é insana a taxa de investimento que o Brasil tem. Tudo passou a ser feito para agradar ao mercado, que agora ganhou sentimentos humanos, num dia fica nervoso, no outro fica preocupado… Para acalmar o deus mercado, sacrifiquemos os direitos trabalhistas, a aposentadoria, os serviços sociais. É esse o mote desse governo, devoto do deus mercado”. Finalizou Érika.
O XIX Conselho Sindical (Consind) da Contee encerrou-se no dia 1º de outubro com a participação de 300 delegados representando 63 sindicatos, sete federações e a própria Confederação. Foram aprovados um plano de lutas para o próximo período e moções sobre temas da atualidade.
O Sinproep participou ativamente no encontro com uma representativa delegação composta por, Flávia, Fátima, Trajano, Tico, Maura, Bruno, Vitor, Karina Barbosa e Rodrigo de Paula.
O diretor jurídico do Sinproep Rodrigo Pereira de Paula na sua intervenção na Mesa de Conjuntura declarou que “o CONSID se realiza no momento que os trabalhadores estão sendo ameaçados de perda de direitos pelo governo Temer. Nesse sentido, é necessário que se leve adiante a luta contra a desprofissionalização do trabalho do professor e a mercantilização do ensino”, enfatizou Rodrigo.