Na tarde desta segunda-feira (22), aconteceu uma audiência administrativa virtual para analisar as denúncias de contaminação por Covid-19 em profissionais nas escolas. O encontro teve a participação do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep) e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe) para decidir, em conjunto, a suspensão temporária, por pelo menos duas semanas, das aulas presenciais a partir do 6º ano do Ensino Fundamental II até o Ensino Médio.
A reunião foi mediada pela procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Carolina Vieira Mercante. Também estiveram presentes o representante da Casa Civil, da fiscalização sanitária e do setor de epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde de Governo do Distrito Federal (GDF) e de representantes do grupo de pais “Vidas Importam”.
Após quase três horas de discussão, não houve acordo quanto à proposta apresentada pelo Sinproep, de suspensão temporária das aulas presenciais a partir do 6º ano. O sindicato patronal, de forma inflexível, se negou a aceitar a proposição. O MPT constatou o grave momento no Distrito Federal, com alta descontrolada de contaminação, falta de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) nos hospitais e crescente número de óbitos.
Mesmo diante da situação de calamidade pública decretada pelo GDF, os professores não podem perder a perspectiva do seu protagonismo como categoria fundamental na sociedade, para formação de cidadãos nesse novo tempo já considerado o “novo normal”. Vamos buscar sair dessa crise sem perder o rumo e a certeza de que somos uma classe essencial e estamos acima de interesses econômicos.
De acordo com o MPT, é essencial que o GDF elabore um boletim epidemiológico setorial da educação privada a fim de detectar o número de contaminados do setor, as faixas etárias e os grupos mais suscetíveis à contaminação. O órgão vai continuar fiscalizando o cumprimento dos protocolos de segurança nas instituições, definidos no dia 9 de março.
O Sinproep permanece defendendo a vida e lutando pela vacinação imediata de professores, alunos e toda a comunidade escolar. Como a proposta não foi aceita, o setor jurídico está buscando meios para acionar a Justiça e pedir a suspensão das atividades presenciais, tendo em vista o agravamento da pandemia no DF e o grande número de professores contaminados.