Precarização do trabalho, do governo, das vidas e do Brasil…

Por Vitor Andrade*

Deixa-me desenhar…

O mercado Carrefour, multinacional, exercendo seu poder de livre concorrência no mercado, usando seu poder de terceirização (que gera precarização) do trabalho.

Esse mercado assassinou várias vidas, a de um animal, mas mesmo assim se julgou isento e falou que não compactua com tal postura e que iria apurar o ocorrido, mas como era um cachorro ficou por isso mesmo.

Depois, um trabalhador “terceirizado” morreu dentro do mercado, o mercado falou que iria apurar o ocorrido, mas puxa, cobriram o corpo do trabalhador com guarda chuva…?O mercado multinacional de livre concorrência alegou que iria apurar o ocorrido, mas como não era um juiz, um General ficou por isso mesmo…

Agora o mercado multinacional, matou um homem, dentro do seu mercado multinacional, de livre concorrência, que pode terceirizar livremente para gerar empregos, se esquivou novamente e falou que não compactua com isso, afastou a empresa de segurança, que colocou uma empresa para assumir o homicídio

Vejam o que é precarização do trabalho, um policial militar, agente do Estado, numa situação deplorável do Estado contratar um policial militar temporário, que agora não será mais militar, sendo que em pouco tempo não seria mais policial, que agora virou homicida, acabou sua vida, a vida de uma pessoa pobre igual ele.

O “insegurança” terceirizado arruinou sua vida, a vida de um pobre igual ele, e o que será do Beto? Nada, pois é preto, pobre, da periferia, do terreiro, os pobres estão se matando…

E o Carrefour? O mercado? Vai continuar seus lucros, e o que faz para esconder esses episódios? Coloca guarda-chuva na frente do racismo, guarda chuva na frente do cão morto, põe guarda-chuva na frente do trabalhador morto, do cliente e do Brasil, não terão culpados, talvez uma ” indemnizaçãozinha”, o que não trás a vida de nenhum dos envolvidos, seguranças de mercado servindo de capitães do mato, onde não se se sentem produtos do meio, onde uns não aceitam existir racismo como o vice presidente da República e o presidente…

Quantos guarda chuvas entre a África e a América? Quantas câmeras não filmaram vidas negras vindas da África? Aliás o Carrefour é francês e sabe o que foi a partilha da África, sabe o que é mão de obra africana…Mas infelizmente existem os “meritocratas”, os negacionistas, existem os que colocam guarda chuvas nas suas vistas da ignorância e fingem não reconhecer esses problemas, fingem que não são coveiros e que todo mundo vai morrer um dia…Sim todos morreremos um dia, mas, as pessoas precisam morrer com dignidade, com tranquilidade, com paz, cada vez que ocorre uma injustiça morremos um pouco…

* Vítor Andrade  – Ceilândense – Diretor do Sinproep-DF – Professor de História