Professores demitidos em julho na unidade Belo Horizonte da Universo protestaram, no dia 1° de agosto, em frente à Justiça do Trabalho, na capital, durante a audiência para discutir as irregularidades praticadas pela instituição de ensino. Com cartazes e faixas, eles exigiram respeito e cobraram o pagamento de verbas rescisórias, conforme determina a legislação trabalhista, e o depósito do FGTS, entre outras pendências.
Na audiência, realizada em função de ação ajuizada pelo Sinpro Minas, uma perícia foi determinada pela Justiça para apurar os valores que a instituição de ensino deve aos professores. O perito tem até 15 dias para apresentá-los. A Justiça também determinou que seja feito o pagamento, até 9 de agosto, de R$ 6 milhões, montante que a instituição de ensino julga dever aos professores. Caso não o faça no prazo estipulado, a Justiça ordenou o bloqueio imediato desse valor. No entanto, o Sinpro Minas ressaltou durante a audiência que essa dívida é bem maior que o montante apresentado pela instituição de ensino. O valor que a Universidade deve aos docentes é de cerca de R$ 19 milhões.
Demissão em massa
No dia 15 de julho, cerca de 70 docentes foram demitidos na unidade Belo Horizonte da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), sem qualquer diálogo com os trabalhadores ou negociação com o Sinpro Minas, que repudiaram a demissão em massa.
A instituição de ensino alegou que a decisão faz parte de uma proposta de reorganização pedagógica, mas a justificativa não convenceu professores nem estudantes, que manifestaram indignação com a medida. Na verdade, as demissões atendem a um projeto de mercantilização da educação, sem qualquer preocupação com a qualidade do ensino. Sob a lógica do mercado, o que se buscou foi a redução de custos, para lucrar ainda mais com a educação, em detrimento dos direitos e da dignidade dos docentes.
Na prática, a direção da Universidade demitiu professores mais antigos, com anos de experiência profissional e acadêmica, para recontratar outros com salários mais baixos. São profissionais que dedicaram uma carreira ao ensino e à adequada formação de milhares de estudantes, apesar das inúmeras adversidades e dos ataques a suas conquistas nos últimos anos.
Há anos, a instituição de ensino não tem pago as verbas rescisórias de professores demitidos conforme prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), e, desde 2014, o Sinpro Minas ajuizou uma ação coletiva contra a Universidade, para cobrar os valores atrasados do FGTS, que não são depositados desde 2005.