Diretoria Executiva da Contee reuniu-se para discutir conjuntura, comunicação e Conatee

Na pauta do primeiro dia da reunião, que acaba no dia 31, quinta-feira, foram discutidas a conjuntura política do país, a realização do 10º Congresso Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Conatee) e a comunicação da Confederação. O presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges (Miro), fez uma exposição sobre a situação política do país, seguida de debate pelos membros da Executiva.

“O momento é de coragem, força e capacidade para enfrentar a onda ultraliberal”. Assim o coordenador-geral, Gilson Reis, abriu a 16ª Reunião da Diretoria Executiva da Contee, dia 30, na sede da entidade, em Brasília. “Estamos sob um governo que não tem compromisso com a democracia, com as instituições, com o diálogo. No setor econômico ele tem uma plataforma ultraliberal e está repleto de militares em postos chave. Ao mesmo tempo, boa parte do extinto Ministério do Trabalho foi colocada sob o comando do Ministério da Justiça, do Sérgio Moro, com o objetivo de criminalizar o movimento sindical”, acrescentou.

Para Miro, “a situação tem piorado no mundo, na América Latina e no Brasil. A onda ultraliberal somou-se à onda ultraconservadora e demonstrou, mais uma vez, que o neoliberalismo não combina com a democracia. Nem os participantes do recente encontro de Davos, representantes das empresas mais ricas do planeta, estão otimistas a respeito do fim da crise econômica que se arrasta desde 2008. E receitaram mais do mesmo: privatização, reforma da previdência, retirada de direitos trabalhistas e sociais”.
Na sua opinião, existem três causas para situação dramática atual: “A crise prolongada do capitalismo, concentrando cada vez mais a riqueza e reavivando uma onda nacionalista contra as migrações; a falta de sucesso das alternativas de resposta a essa crise, como a social-democrata na Europa e o nacional desenvolvimentismo na América Latina; e a desestruturação das classes sociais (a burguesia cada vez mais financeirizada e o proletariado sofrendo muitos impactos e com dificuldades de dirigir um processo transformador”.

Falando sobre o Brasil, Miro considerou que “perdemos a luta de ideias na sociedade brasileira para os setores de direita, que se apropriaram de temas como a corrupção (justo eles, os corruptores!) e a segurança pública”. Ele listou as contradições entre os vários setores que compõem o atual governo – militares, economistas neoliberais, religiosos fundamentalistas, entre outros) e considerou que “essas divergências precisam ser aproveitadas pelo movimento popular e democrático para garantir ou ganhar espaços no enfrentamento à ultradireita no poder”.

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