Docentes de Novo Gama paralisam atividades e votam retomada da greve nesta quarta (8)

Dando continuidade à luta por direitos e contra a má gestão da prefeita Sônia Chaves (PSDB), os professores das escolas públicas do município de Novo Gama participarão de assembleia geral extraordinária nesta quarta-feira (8). Na data, o magistério cruzará os braços e votará indicativo de retomada da greve. A atividade acontece a partir das 8h30, em frente à sede da prefeitura.

De acordo com o Sinpro-NG  ― entidade que representa a categoria ―, os trabalhadores estão sofrendo constantes ataques.  Além das dificuldades no recebimento das gratificações de merecimento, a categoria também foi prejudicada com o fim da jornada ampliada. O benefício foi conquistado pelos professores através de muita luta, fruto de uma greve, em 2014, que durou 71 dias. A justificativa para a extinção do modelo de trabalho é a carência de verbas para arcar com as despesas do previdenciário patronal.

Pelo modelo, a escola funciona cinco horas no turno matutino e mais cinco no turno vespertino. O docente trabalha cinco horas na sala de aula em um dos turnos, e o tempo  restante é destinado à coordenação e ao planejamento das aulas, totalizando 40 horas semanais. Com a extinção da jornada ampliada, o professor ficaria com as oito horas destinadas apenas à sala de aula, trabalhando em duas turmas e em dois horários distintos.

“Isso é uma maldade com o educador e representa um enorme retrocesso na nossa luta por melhores condições de trabalho. É uma medida desumana, que expõe o docente a uma situação de desgaste”, avalia o presidente do Sinpro-NG, Francisco de Assis.

Os docentes iniciaram uma greve em março desse ano, que durou nove dias. Porém, com a promessa de acordo, a categoria pôs fim ao movimento paredista.

“Querem desestruturar a carreira do magistério e isso representará a queda da qualidade e a defasagem no quadro funcional. Com o fim da jornada ampliada, mais de 70% dos professores contratados poderão ser demitidos e o pior, sem aviso prévio. Não desejamos fazer greve, porque ela só traz prejuízos para todos, mas, essa é a única solução para combater a má gestão, alcançar direitos e conquistar uma educação melhor. Lutamos muito por esses direitos e não abriremos mão deles tão facilmente. Contamos com apoio e participação de todos”, concluiu o sindicalista.

Fonte: CUT Brasília