Amplia-se, a olhos vistos, o fracasso da política econômica glacial neoliberal do governo golpista que derrubou presidenta eleita com 54 milhões de votos. O PIB continua rastejando e a inflação desabando. O Banco Central, sem saber o que fazer, diz que vai mudar a meta de inflação.
Projeta-se ela para 3,75% em 2020, 2021, para antecipá-la no presente, como algo dado, para efeitos estatísticos. A inflação cadente vira problema, se o governo – a única variável econômica verdadeiramente independente no capitalismo – não gasta para ativar as forças produtivas, de modo a aumentar preços, diminuir salários, reduzir juros e perdoar dívida contraída a prazo, para despertar espírito animal investidor, na linha keynesiana.
A situação fica crítica, sem essa variável independente, que é o aumento da oferta de moeda na circulação capitalista pelo estado emissor. A anulação dela em favor do discurso político, econômico, ideológico do estado mínimo como forma de combater a corrupção, conforme narrativa construída em Washington e espalhada pela sucursal de Tio Sam, a Rede Globo, não deixa a economia avançar.
A deflação em marcha, no ambiente do congelamento de gastos sociais, que puxa a demanda global, visto que representa 60% do PIB, joga a inflação no despenhadeiro, por falta de consumo das famílias: 2,8% em 12 meses, seguindo a trilha de 0,5% mensal.
Optar pela deflação, diz Keynes, é um erro eterno.
Com taxa de inflação na casa dos 2,5%(com um país com tudo por fazer, sem infraestrutura etc), não tem jeito, tem que continuar reduzindo o juro selic e, igualmente, o juro no crédito direto ao consumidor. Mas, diminuir juro só não basta.
Quem vai investir em máquinas novas para colocar no lugar das que estão paradas, só porque o juro cai?
Juro cadente deixa banqueiro com barbas de molho, apavorado. Agora, tentam aliviar o custo jurista do cheque especial. Atacam as consequências, não a causa.