Contee denuncia rolo compressor da Estácio contra trabalhadores em Educação na Câmara Federal

A Estácio de Sá realiza, em favor do empresariado, um balão de ensaio da reforma trabalhista e por isso está demitindo professores em massa. Foi o denunciado na audiência pública da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Pública (CTASP), da Câmara dos Deputados, dia 20, que debateu a dispensa de 1.200 professores pela entidade. Trajano Jardim representou a Contee, afirmando que “a reforma trabalhista veio para dar suporte à reestruturação das instituições privadas”.

Mantra para demissões

Keully Leal, diretora de Universidades Privadas da UNE, alertou que, “não só a Estácio, mas outras instituições estão demitindo, como os 220 professores da Faculdade Metropolitana (FMU), no Estado de São Paulo, e a Metodista. Repudiamos a forma arbitrária como foram conduzidas as demissões. É a reforma trabalhista sendo colocada em prática, precarizando o ensino privado. Mais de 70% dos jovens trabalhadores estão na universidade privada. A reforma abriu espaço para os grandes tubarões do ensino aumentarem seus lucros”. Ela colocou a UNE à disposição para participar de eventuais reuniões sobre o assunto no MT.

Para Trajano, a audiência possibilitou que o debate saísse “do mundo virtual – das empresas, de que tudo está sendo feito pela legislação – para cair no mundo real. Em 2014 a Universidade Católica, de Brasília, anunciou a demissão de 400 funcionários. A reestruturação é o mantra que indica um projeto de precarizar e internacionalizar a educação no Brasil. O que se vê no mundo real é essa reestruturação, o projeto da Lei da Mordaça (impedir o livre exercício do magistério) e outras iniciativas retrógradas. As instituições particulares só visam o mercado, não têm projetos de pesquisa. O ensino à distância é uma forma abjeta de precarização do ensino. Uma universidade, aqui em Brasília, tem um letreiro dizendo: ‘Aqui forma-se cidadão para o mercado’. Note bem, não para a sociedade, mas para o mercado! A Contee está tomando medidas judiciais para que seja retida essa questão e haja mais debate com a sociedade”. Afirmou, ainda, que a proposta de reforma da Previdência, em discussão no Congresso, “vai impedir a aposentadoria dos professores – acima de 45 anos, você pode enviar currículo para qualquer instituição, que não será contratado”.

foto: AsCom/CTASP

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