Durante a audiência pública da comissão mista do Congresso que analisa a medida provisória (MPV) 785/2017, que modifica as regras do Fies, realizada neste dia 5, a amazonense Bruna Brelaz, diretora de Relações Institucionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), no seu pronunciamento afirmou que o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é importante, “e precisa
regulamentação, mas o projeto do Governo Temer agrava suas deficiências”.
Para Brelaz, os estudantes brasileiros têm dificuldade para acessar o ensino superior, ainda mais o público. “Um dos programas que permitiram um maior acesso das camadas mais pobres foi o Fies, pois 70% dos universitários estão em universidades particulares”.
A UNE critica que a medida apresentada pelo governo preveja, em 2018, apenas 100 mil beneficiados do Fies com o respaldo de um fundo garantidor com recursos da União, para estudantes com renda mensal familiar per capita de até três salários mínimos.
A diretora da UNE disse ainda, que outro ponto negativo é o fim do prazo de carência de 18 meses para o pagamento do financiamento. “Isso prejudica o estudante que precisa estruturar sua vida profissional, além de ser contraditório com o período de crise econômica que vivemos – é difícil encontrar emprego. No Nordeste, 50% dos jovens estão desempregados”, afirmou Bruna.
A dirigente universitária se queixou, também, da falta de controle sobre as entidades de ensino privado, que “muitas vezes adotam aumentos abusivos. Taxas extras fora do valor negociado podem ser adotadas, e o estudante não tem condições de saber afinal quanto custará seu curso”.
Fonte: Contee