Levantamento do Sinproep-DF aponta que mais de 3 mil educadores foram demitidos no primeiro semestre de 2017
A instabilidade no emprego, a pressão e assédio dos superiores, pais e alunos são os fatores contribuintes para o aumento de doenças emocionais entre educadores em Brasília.
Tanto que, de acordo com levantamento feito pelo Sindicato dos Professores em Estabelecimento Particulares no Distrito Federal (Sinproep-DF), só no primeiro semestre de 2017 houve cerca de 3 mil demissões na educação privada. Número que corresponde a pouco mais de 20% da categoria.
A desvalorização salarial também aflige os trabalhadores do setor. Segundo estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2014 99% dos professores brasileiros ganhavam menos de R$ 3,500 por mês. Em instituições privadas, esta média salarial é ainda inferior, sendo de R$ 2.599 mensais. No Distrito Federal é de R$ 25,89 hora aula para o Ensino Médio, que exige do professor curso superior, especialização e muitas vezes até mestrado e doutorado.
Esta semana o sumiço da professora Patrícia Coelho confirmou o que é fato recorrente para à categoria: distúrbios emocionais que levam os docentes ao estresse extremo. O caso divulgado pelas redes sociais contava que Patrícia deixou o colégio em que trabalha na Asa Sul e não deu notícias. O Sinproep-DF vem denunciando esses casos que são mais comuns que os noticiados. Alguns ocorridos chegam a adoecer os profissionais a ponto de cometerem atos drásticos contra si como suicídio.
O Sindicato tem trabalhado para coibir esse problema enfrentado por educadores e educadoras. Por meio de um convênio firmado com o Ministério Público do Trabalho, visa promover palestras com o objetivo de coibir a recorrência de assédios no local de trabalho. A nossa luta por melhorias salariais e valorização da categoria são fatores que contribuem para a saúde de professores e professoras.