Professores e funcionários das creches conveniadas ao GDF podem cruzar os braços a partir do dia 15 de agosto. A categoria prepara uma manifestação que ocorrerá em frente ao Palácio do Buriti na próxima semana. Sem receber o salário do mês, em função do atraso de repasses do GDF, esses profissionais teriam que retornar ao trabalho na próxima segunda, para a jornada pedagógica, nos três dias que antecedem a volta dos alunos.
Algumas poucas escolas que dispunham de recurso próprio pagaram o salário de seus empregados. Porém, a maioria absoluta dos estabelecimentos depende da liberação de dinheiro pelo governo. Além dos salários, as instituições de ensino, onde atuam 1.200 professores, estão sem caixa para despesas básicas como alimentação, água e luz. Segundo o GDF, mais de 90% das creches estão com o repasse atrasado.
Os convênios firmados com a Secretaria de Educação buscam viabilizar o acesso à educação às crianças cujas famílias não têm condições de pagar mensalidade na rede privada. Com o atraso no pagamento dos convênios muitas creches estão fechando por tempo indeterminado.
Os maiores prejudicados são os professores e auxiliares de ensino que têm que trabalhar sem receber. Ora, depois da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, ninguém é obrigado a trabalhar de graça. Além de prejudicar os profissionais de ensino o atraso nos repasses tem impacto na economia familiar. Sem poder deixar os filhos na creche, muitas mães e pais têm que deixar de trabalhar para cuidar da prole.
O Sinproep-DF está à frente dessa luta dos professores por seu direito elementar de receber pelo serviço prestado e exige da Secretaria de Educação uma solução imediata para a questão. O sindicato solicitou ao Ministério Público do Distrito Federal a mediação da questão, que deve acontecer no dia 16 de agosto.